quarta-feira, 23 de setembro de 2009

Separô pra pensar? O que a gente faria...

Se não houvesse a poesia...



Fez-se primeiro o papel. Solitário. Necessitava de algo para deixar seus registros. Uma folha a ser preenchida. Depois veio a caneta, fina, doce e instável. Sua microvisão escreve incansávelmente no infinito espaço incompleto cedido pelo papel. O primeiro encontro é um bem-me-risque-não-arrisque, sem sentido, sem direção, ao rumo da próxima estação; a primavera e com ela os beijos ao som de quero-que-eros.O primeiro beijo ilícito dado pela caneta cor de fruta proibida, mata sua pureza e muda sua textura para sempre. Daqueles beijos bons frutos dão, eu e você, poesia e poema. Um completa o outro e o outro contempla o um. O Papel e a Caneta. A caneta sempre atenta, atenta o papel. O papel sempre preparado, abre bem suas duas linhas para lê-la. Assim foram criados, a caneta para o papel, o papel para receber a caneta. E enquanto houver amor, haverá um papel, e quando houver um papel, haverá uma caneta, e quanto mais caneta, nascer-se-á poesias e poemas. E enquanto existirmos, prevalecerá o amor...