quarta-feira, 23 de setembro de 2009

Separô pra pensar? O que a gente faria...

Se não houvesse a poesia...



Fez-se primeiro o papel. Solitário. Necessitava de algo para deixar seus registros. Uma folha a ser preenchida. Depois veio a caneta, fina, doce e instável. Sua microvisão escreve incansávelmente no infinito espaço incompleto cedido pelo papel. O primeiro encontro é um bem-me-risque-não-arrisque, sem sentido, sem direção, ao rumo da próxima estação; a primavera e com ela os beijos ao som de quero-que-eros.O primeiro beijo ilícito dado pela caneta cor de fruta proibida, mata sua pureza e muda sua textura para sempre. Daqueles beijos bons frutos dão, eu e você, poesia e poema. Um completa o outro e o outro contempla o um. O Papel e a Caneta. A caneta sempre atenta, atenta o papel. O papel sempre preparado, abre bem suas duas linhas para lê-la. Assim foram criados, a caneta para o papel, o papel para receber a caneta. E enquanto houver amor, haverá um papel, e quando houver um papel, haverá uma caneta, e quanto mais caneta, nascer-se-á poesias e poemas. E enquanto existirmos, prevalecerá o amor...

segunda-feira, 14 de setembro de 2009

Tanta coisa em comum...



Tem dia que a gente simplesmente acorda com vontade de mandar todo mundo ir para aquele lugar!!! Sim, até eu que sou a pessoa mais tolerante da fase da terra, se estressa!rs

Mas esse blog é um espaço para expor poesias, falar da saudade, do amor, da vida e ensinar o quanto ajudar é preciso!

Então por este momento e todos os outros que passamos doando o amor, a gente consegue deixar os problemas de lado, a raiva do outro e o estresse bem longe!

Hoje na aula de Opinião Pública estava vendo um documentário do Arnaldo Jabor bem antigo que falava da questão da opinião individual, da cultura, de perspectivas futuras, troca de informações, influencias, experiencias dos mais velhos... E aí uma mulher mais experiente começa a falar de amor, de paixão, de namoro, de casamento... e acaba questionado: Será que realmente vale a pena casar por amor, por paixão, mesmo sabendo que o cara é um vagabundo? que o cara não trabalha? que não tem perspectivas...
Aí a gente para pensar... será que vale a pena pensar em coisas tão banais?
Acho que o amor acontece de repente e não importa a condição que vai ser... Acho que se você realmente ama, vale a pena, fazer tudo por amor!
Mas... passado isso... falando de opinião pública que vem da opinião individual, esta é uma opinião minha!
E por falar em amor... Desde sábado venho pensado no verdadeiro amor da minha vida e em todas as pessoas que passaram por ela e hoje já não está mais aqui!
Juro, que se eu pudesse fazer um pedido, o meu desejo seria trazer todas as pessoas que eu amo para o meu lado e acabar com essa doença maldita que consegue tirar de mim o de mais precioso...
Ás vezes minha vontade é desistir... Deletar tudo isso da minha vida... Esquecer tudo que passou... Seguir um novo rumo, pensar mais nos meus estudos, no meu trabalho, no meu futuro, na minha vida, cuidar mais de mim... Mas é só por alguns segundos... Pois os outros minutos e horas do meu dia, eu só penso em ajudar mais e mais... penso que minha missão aqui ainda não terminou... E mesmo partindo daqui o Alemão, a Bruna, o Leandro, a Julinha, a Palominha, a Jaine, o Elias, o Luis, a Clarinha, o Yan... Existem muitos ainda que estão aqui e precisam da minha ajuda nesta caminhada tão dificil, neste tratamento tão cruel...
Tenho certeza que todos estes anjinhos estarão do meu lado, dando forças para continuar, para conciliar tanta coisa que eu preciso fazer, e também estarão cuidando de nossas crianças, contaminando a todos de amor, esperança e paz!
Não adianta desistir... eu ainda estou aqui... e enquanto estiver viva, terei que continuar...
E terei que assistir minhas aulas de opinião pública, continuarei indo para o forrozinho, para o pagode, no barzinho e claro que continuarei com meu trabalho voluntário e meus estudos contra o câncer!

terça-feira, 8 de setembro de 2009

Amar, por Carlos Drummond de Andrade

"Que pode uma criatura senão,entre criaturas, amar?amar e esquecer,amar e malamar,amar, desamar, amar?sempre, e até de olhos vidrados, amar?
Que pode, pergunto, o ser amoroso,sozinho, em rotação universal, senãorodar também, e amar?amar o que o mar traz à praia,e o que ele sepulta, e o que, na brisa marinha,é sal, ou precisão de amor, ou simples ânsia?
Amar solenemente as palmas do deserto,o que é entrega ou adoração expectante,e amar o inóspito, o áspero,um vaso sem flor, um chão de ferro,e o peito inerte, e a rua vista em
sonho, e uma ave de rapina.
Este o nosso destino: amor sem conta,distribuído pelas coisas pérfidas ou nulas,doação ilimitada a uma completa ingratidão,e na concha vazia do amor a procura medrosa,paciente, de mais e mais amor.
Amar a nossa falta mesma de amor, e na secura nossaamar a água implícita, e o beijo tácito, e a sede infinita."